Plano de Aula - Brincadeira


*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA

PLANO DE AULA

  1. IDENTIFICAÇÃO

LOCAL: Escola de Educação Básica – Professor Aníbal Nunes Pires
CURSO: Magistério - 4° Ano
DISCIPLINA: Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Psicologia na Educação
CARGA HORÁRIA: 4 hora/aula- 3° Ano e 2 hora/aula 4° Ano
PROFESSOR: Ramirez Espíndola
SUPERVISORA PIBID: Daniela Karine Ramos
ACADÊMICA RESPONSÁVEL: Mônica Santini de Oliveira Doki

  1. TEMA DE ESTUDO

Brincadeira  

  1. CONTEÚDO



A brincadeira na perspectiva Histórico-Cultural, sua função no desenvolvimento infantil, a função do professor enquanto mediador da aprendizagem no contexto da brincadeira.

  1. OBJETIVOS

  1. Problematizar a importância e crenças relacionadas a brincadeira.
  2. Caracterizar o brincar como parte inerente do desenvolvimento infantil.
  3. Descrever a importância da brincadeira de “faz-de-conta” como potencializadora do desenvolvimento por atuar na zona de desenvolvimento proximal.
  4. Identificar a função mediadora do papel do educador ao proporcionar atividades de brincadeiras às crianças atuando na ZDP.
  5. Estabelecer relações entre exemplos de brincadeiras e os conceitos estudados desta teoria.

  1. METODOLOGIA



Aula 1:

  1. Iniciar retomando os vídeos “Crianças invisíveis”: crianças áfricas com armas, crianças chinesas vendendo flores na rua, João e a Bilú catando lixo reciclado na rua; para problematizar o brincar, pois apesar de todas estarem sofrendo em situações muito adversas todas encontravam maneiras de brincar.
  2. Dividir as alunas em duplas ou trio dependendo do número presente, e elas vão escolher uma brincadeira para ensinar a turma, mas devem consultar as outras e tentar encontrar uma brincadeira que não seja conhecida por todas, e após cada apresentação da brincadeira desenvolver um diálogo relacionando com os conceitos já estudados da Teoria Histórico-Cultural.
  3. [Alternativa] Caso haja muito poucas alunas, pode ser usado a dinâmica de Brainstorming (descrita anexo 3), utilizando o quadro negro ou um papel pardo, a atividade consiste em as alunas listarem o maior número de brincadeiras possível, que recordarem, após pode ser detectado aquelas que são conhecidas por todos e as que não são conhecidas e das não conheceidas poderiam ser ensinadas algumas em sala, até como forma de ampliar o repertório de brincadeiras das alunas.
Aula 2:
  1. Utilizando a brincadeira da Caixa surpresa (descrita Anexo 2), colar nos objetos que estarão dentro da mesma um conceito ou frase (Anexo 1) que será lido pela aluna que pegou aquele objeto. E para ter a chance de pegar e adivinhar um objeto cada aluna ao chegar na sala, recebe um balão e um papel no qual deve colocar seu nome, encher o balão e colocar seu nome dentro. Se seu balão for o estourado ela foi a escolhida.
  2. Após pegar um objeto na caixa a aluna deve, com os olhos vendados, adivinhar o que tem em suas mãos. Em seguida ler o conceito ou frase grudada nele e falar espontaneamente o que entendeu sobre o que leu.  



  1. RECURSOS  

  1. Quadro
  2. Giz
  3. Pincel atômico
  4. Papel pardo
  5. Tapa olho
  6. Balões
  7. Caixa decorada
  8. Objetos diversos para a caixa
  9. Papéis para colocar o nome

* Na segunda eu já levo a caixa decora.

  1. CRONOGRAMA



DATA

ATIVIDADES
Tempo
24/09
Retomada dos vídeos
10’

Explicação da atividade em duplas ou trio
5’

Elaboração da brincadeira para apresentar a turma
15’

Apresentação das brincadeiras e discussão
50’




Explicação da atividade de Brainstorming
5’

Elaboração e diálogo sobre as brincadeiras conhecidas ou não
15’

Ensino das brincadeiras desconhecidas e discussão
50’



01/10
Explicação da atividade da Caixa Surpresa
10’

Execução da atividade atrelada a discussão
60’






  1. AVALIAÇÃO

A partir da lista de brincadeira construídas em papel pardo, as alunas deverão escolher uma para descrever as regras e como se brinca e também relacionar com os conceitos da Teoria Histórico-Cultural, estudadas até o momento (ANEXO 5). (mediação, funções psicológicas elementares, funções psicológicas superiores, instrumento, signo, significado, Zona de Desenvolvimento Proximal, aprendizagem)

  1. REFERÊNCIA



BORBA, Ângela M. O Brincar como um modo de ser e estar no mundo. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/111618874/O-Brincar-Como-Um-Modo-de-Ser-e-Estar-No-Mundo

OLIVEIRA, Marta kohl. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento, um processo socio-histórico. Pensamento e ação na ala de aula. Editora Scipione. p. 65-67

OLIVEIRA, Z. M. Et al. Creches: Crianças, Faz de Conta & Cia. Vozes, Petrópolis/RJ: 1992. p. 52-59.

Site sobre Brincadeira:





Anexo 1 - Conteúdo Teórico sobre Brincadeira

  1. A brincadeira é muitas vezes avaliada como tempo perdido, por estar em oposição ao trabalho, sendo desta forma “menos importante”, uma vez que não esta vinculada ao mundo produtivo, “não gera resultados”. Sendo considerado o trabalho como algo sério e importante, e a brincadeira com a função de proporcionar o relaxamento e reposição de energias para o trabalho.
  2. As brincadeiras infantis nem sempre são bem entendidas por certas pessoas, incluindo alguns educadores que costumam dizer: “as crianças estão só brincando”, como se ali nada acontecesse!”
  3. O brincar é uma atividade humana criadora, na qual a imaginação fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.
  4. É regida por regras, onde as próprias crianças as estabelecem, ou os educadores ou ambos em conjunto.
  5. Para a Teoria Histórico-Cultural o brincar é um importante processo psicológico, proporcionando a criança desenvolvimento e aprendizagem.

  1. Brinquedo – Para Vigotsky o brinquedo significa explicitamente a brincadeira de “faz-de-conta”.

Brincadeira de “faz-de-conta” na brincadeira a criança:

  1. Assume vários papéis com os quais interage no seu dia-a-dia, comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real. (Creches p. 57 e Vigotsky p.67)Ex.: A criança brinca de ser motorista de ônibus, ela assume este lugar e procura comporta-se o mais semelhante possível com o modelo de motorista de ônibus formado em sua mente.

  1. Quando as crianças pequenas brincam de ser “outros”, refletem sobre  suas relações com estes outros e tomam consciência de si e do mundo, estabelecendo outras lógicas e fronteiras de significação da vida (Borba p.36).

  1. Aprende a separar objeto e significado. Ex.: Na história que usamos para recapitular os conceitos, as crianças usavam um toquinho de madeira como pente. O toquinho passa a significar o pente.

  1. Revive situações que lhe causaram grande excitação e alegria ou ansiedade, medo ou raiva, podendo na brincadeira trabalhar livremente estas emoções muito fortes e difíceis de serem expressadas. (C. p. 57) Ex: Criança brinca de festa de aniversário, logo após a comemoração do seu. Outro exemplo a criança que perdeu alguém da família brinca de funeral.

  1. Tanto pela criação da situação imaginária, como definição de regras específicas, a brincadeira de “faz-de-conta” cria uma zona de desenvolvimento proximal em quem brinca, tendo enorme influencia no processo de desenvolvimento. (V p. 67)

A função do Educador –

  1. O professor tem o papel explícito de interferir na ZDP dos alunos provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente. “para Vigotsky o único bom ensino é aquele que precede o desenvolvimento ou gera aprendizagem.

  1. O objetivo da intervenção na perspectiva vigostkiana, não é uma volta ao modelo tradicional de ensino onde o professor era diretivo e entendido como a fonte do saber, e sim trabalhar com a importância do meio cultural e das relações entre os indivíduos na definição de um percurso de desenvolvimento da pessoa humana.




ANEXO 2 - Caixa de surpresa - também chamada de caixa tátil ou caixa dos sentidos :

Consiste em se preparar uma caixa bem decorada com um orificio por onde seja possível retirar os objetos que estejam dentro dela. Escolher objetos variados. A pessoa que vai adivinhar o objeto deve estar usando um tapa olho e descobrir o que está em suas mão apenas utilizando o tato e com o auxilio do oufato quando for o caso.  
Na uducação infantil é um recurso muito utilizado pelos professores para explorar várias possibilidades táteis. Como por exemplo : algodão, massa de modelar, tecido, lixa, saquinho com gelo ou água morna, plástico, borracha, entre outros.
Em nosso caso vamos utilizar para estudar o conteúdo da bricadeira disposto no ANEXO 1, sendo os números colados nos objetos.  

ANEXO 3 - Brainstorming:

Brainstorming significa tempestade cerebral ou tempestade de ideias. É uma expressão inglesa formada pela junção das palavras "brain", que significa cérebro, intelecto e "storm", que significa tempestade.
Brainstorming  é um método criado nos Estados Unidos, pelo publicitário Alex Osborn, usado para testar e explorar a capacidade criativa de indivíduos ou grupos, principalmente nas áreas de relações humanas, dinâmicas de grupo e publicidade e propaganda.
A técnica de brainstorming propõe que um grupo de pessoas se reúnam e utilizem seus pensamentos e ideias para que possam chegar a um denominador comum, a fim de gerar ideias inovadoras que levem um determinado projeto adiante.
Nenhuma ideia deve ser descartada ou julgada como errada ou absurda, todas devem estar na compilação ou anotação de todas as ideias ocorridas no processo, para depois evoluir até a solução final.
Para uma sessão de brainstorming devem ser seguidas algumas regras básicas: É proibido debates e críticas às ideias apresentadas, pois causam inibições, quanto mais ideias melhor; nenhuma ideia deve ser desprezada, ou seja, as pessoas têm liberdade total para falarem sobre o que quiserem; para o bom andamento, deve-se reapresentar uma ideia modificada ou combinação de ideias que já foram apresentadas; por fim, igualdade de oportunidade - todos devem ter chance de exporem suas ideias.

ANEXO 4 – PPT.

    

    
   


   
   
  


ANEXO – 5 - AVALIAÇÃO
LOCAL: Escola de Educação Básica – Professor Aníbal Nunes Pires
CURSO: Magistério - 4° Ano/noturno                                             TURMA: 410
DISCIPLINA: Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Psicologia na Educação
PROFESSOR: Ramirez Espíndola
SUPERVISORA PIBID: Daniela Karine Ramos
ACADÊMICA RESPONSÁVEL: Mônica Santini de Oliveira Doki

ALUNA: ________________________________________________________________________

AVALIAÇÃO SOBRE O CONTEÚDO DA BRINCADEIRA

1. Escolher uma brincadeira e descrever como se brinca.

2. Estabelecer relações entre a brincadeira escolhida com pelo menos dois dos conceitos estudados até agora da Teoria Histórico Cultural: (mediação, funções psicológicas elementares, funções psicológicas superiores, instrumento, signo, significado, Zona de Desenvolvimento Proximal, aprendizagem)


Nenhum comentário:

Postar um comentário